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Lar Música Mynd termina 2024 em crise e perde influenciadores na web – 06/12/2024 – Outro Canal
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Mynd termina 2024 em crise e perde influenciadores na web – 06/12/2024 – Outro Canal


Aracaju

Uma das maiores agências de influência digital do Brasil, a Mynd vive uma crise sem precedentes em sua história. Em 2024, a empresa demitiu quase 200 funcionários e perdeu mais de 200 influenciadores de seu portfólio. Funcionários temem o futuro para 2025. Em conversa com a coluna, Fátima Pissara, CEO e fundadora da Mynd, negou problemas. “O ano de 2024 foi percebido com um certo retrocesso na influência”, diz.

A coluna teve acesso a uma série de documentos, entregues por ex-empregados que foram dispensados. Despedidas em grupos de WhatsApp passaram a ser comuns. Somente nesta semana, quatro profissionais foram demitidos.

Segundo relatos ouvidos, desde fevereiro de 2023, há uma política de cortes e reestruturação na empresa. Naquele mês, em uma reunião, Fátima Pissara, uma de suas donas, disse que tudo seria passageiro.

O que se comentava à época é que o crescimento da empresa durante a pandemia, impulsionado pelo aumento nos investimentos em marketing digital, havia diminuído com a reabertura do comércio e o fim do isolamento social.

Os investimentos começaram a migrar para outras áreas, como a publicidade em out of home (feitas em placas, aeroportos etc), reduzindo o boom do digital. A justificativa oficial era que a reestruturação serviria para ajustar a empresa a essa nova realidade. Segundo Fátima, no entanto, a Mynd não trabalha com out of home. “Somos especialistas em marketing de influência”, comenta

No entanto, as demissões não pararam desde então. Os quase 500 funcionários em 2023 passaram para 400 em janeiro de 2024, segundo matéria publicada na Folha no início do ano. Hoje, documentos obtidos pela coluna mostram que são 233 empregados. Fátima afirma que são 320 profissionais. “50% de pessoas pretas”, diz.

A situação na empresa se agravou recentemente, quando Carlos Scappini assumiu o cargo de CFO, acumulando a função de CMO. No dia do primeiro grande corte, em fevereiro de 2023, o executivo postou no LinkedIn uma foto de uma viagem com o filho, enquanto dezenas de pessoas eram demitidas.

Essa atitude gerou revolta e indignação entre os funcionários, que sentiram falta de empatia e comprometimento diante da crise. Atualmente, como CFO, Scappini é um dos principais responsáveis por determinar os cortes, que seguem em ritmo constante.

As demissões são frequentes e ocorrem quase semanalmente, geralmente afetando duas ou três pessoas por dia. Algumas vezes, até em dois dias seguidos. Fátima diz que as saídas foram por reestruturação. “Criamos áreas, mudamos alguns formatos, alguns funcionaram e outros não e tivemos que readequar os times, o que faz parte dentro de toda empresa”, comenta.

Perda de gente relevante

Durante esses tempos, surgiram episódios emblemáticos que demonstraram o clima tenso. Em 2024, a Mynd tentou implementar uma reestruturação interna chamada One Mynd, liderada por Cadu Aun, ex-diretor de vendas e planejamento do X (ex-Twitter).

O projeto visava organizar a empresa em equipes focadas nos principais clientes (Key Accounts). Foram feitas contratações específicas para essa iniciativa, mas, em outubro, pouco mais de seis meses após o lançamento, as novas contratações foram dispensadas, e o modelo foi substituído por uma estrutura de células que abrigam os clientes.

Adriele Gonçalo, ex-Unilever, que era gerente de Key Accounts, resistiu às mudanças e sequer utiliza o novo nome de células nas comunicações.

Após a saída da Banca Digital, que gerenciava perfis de fofoca, a Mynd criou o projeto Buzz, com uma nova gestão formada por Artur Moreno, administrador do perfil Fofoquei.

Apesar disso, o Buzz sofreu com a perda de clientes devido à crise de reputação herdada da Banca Digital, prejudicando seu desempenho e o potencial de lucro. Uma campanha curta de Buzz, gera uns R$ 200 mil, em um escopo de quatro perfis com quatro feeds.

A crise também afetou o casting de influenciadores da Mynd. Entre os nomes perdidos estão Thelma Assis, Mari Maria, Gil do Vigor e outros. Vários deles foram para ViU Hub, a empresa de influência digital da Globo.

Em janeiro de 2024, Fátima mencionou que o casting contava com 400 nomes, mas em abril esse número já havia caído para 213. Atualmente, restam 163 influenciadores, segundo a tabela de casting de outubro obtida pela coluna. Fátima diz, no entanto, que as saídas foram tranquilas e que novos nomes importantes chegaram.

“Entre os novos influenciadores estão João Silva, Beta Boechat, John Drops, Bruna Mariani, Luiza Mayers, Cenourinha, Gabisteca, Isabelle Nogueira, Menos é Mais, Priscila Alcantara, Raiza Costa, Zaynara, Vivi, Chico Salgado, Vítor diCastro, Cara de Sapato, Kaique Cerven, entre outros”, afirma a executiva.

A taxa de comissão da Mynd para artistas da casa é de 20% pelas publicidades. Ou seja, em um negócio de R$ 100 mil, R$ 20 mi são repassados para a Mynd.

Para 2025, existe incerteza. Uma das esperanças são negócios que envolvem o BBB 25, da Globo, que começa em janeiro. Existe outras negociações em andamento. Mas funcionários entendem que não há perspectiva positiva. Fátima Pissara, no entanto, está otimista. “Tivemos nosso primeiro upfront em 2024, mostrando cada vez mais nossa profissionalização e expertise com o mercado e com o marketing de influência. Para 2025 teremos novamente nosso upfront, com foco em nossos projetos proprietários como Plataforma Potências e o Prêmio Potências, que foi um grande sucesso de 2024”, comenta.

Outro Canal – Pelos documentos que tive acesso, houve uma perda de funcionários e influenciadores. A senhora confirma? Qual a atual situação da Mynd?

Fátima Pissara – A Mynd continua operando normalmente, sempre inovando e procurando soluções que atendam ao mercado. Somos especialistas em marketing de influência, e sendo este um mercado dinâmico, sempre em mudanças e inovações, a empresa segue na mesma liga mudando quando há necessidade, com tomadas de decisões rápidas e reestruturações quando necessário.

O ano de 2024 foi percebido com um certo retrocesso na influência, tanto por conta de um país polarizado ainda, o que fez as marcas darem um passo para trás no trabalho com influenciadores e buscarem mídias mais tradicionais, porém continua sendo um mercado em franca ascensão e evolução. Outra mudança importante a ser pontuada foi o crescimento da demanda por influenciadores de nicho, influenciando o investimento das marcas para esse perfil, que atua com conteúdos mais relacionados aos territórios da marca.

Hoje, a Mynd tem 320 colaboradores, sendo 50% de pessoas pretas. Tivemos demissões e contratações ao longo do ano que ocorreram por readaptações das áreas e estruturas. Isso, pois estamos em constante mudança desde o final da pandemia adaptando sempre às mudanças e necessidades do mercado. Nesse sentido, criamos novas áreas, mudamos outras, encerramos outras, um processo comum na operação, que precisa ser sustentável e viável. Fizemos grandes investimentos em estruturas de tecnologia que adaptaram uma série de serviços em ferramentas automatizadas.

Quanto ao nosso casting, tivemos saídas de influenciadores e também novas entradas, sempre com conversas tranquilas e total transparência com todos. Continuamos como parceiros com todos eles, assim como demais agências do mercado, pois a Mynd não vende somente seus influenciadores gerenciados, trabalhamos com todos do mercado de acordo com o briefing da marca.

Tivemos a entrada de muitos novos influenciadores, sempre de uma forma saudável de trabalho, fazendo com que ambos estejam felizes e satisfeitos com a relação e a qualidade do trabalho entregue. Nosso contrato com todos os influenciadores não tem tempo de saída, todos são livres para saírem imediatamente caso assim queiram. Não temos multa e não temos prazo, pois sempre acreditamos na relação saudável em que todos estejam felizes, e mesmo fora da Mynd trabalhamos com todos que já foram do nosso casting ou não com o mesmo carinho.

Entre os novos influenciadores estão João Silva, Beta Boechat, John Drops, Bruna Mariani, Luiza Mayers, Cenourinha, Gabisteca, Isabelle Nogueira, Menos é Mais, Priscila Alcantara, Raiza Costa, Zaynara, Vivi, Chico Salgado, Vítor diCastro, Cara de Sapato, Kaique Cerven, entre outros.

Por que tem acontecido tantas demissões desde o início do ano?

As demissões foram por reestruturação. Criamos áreas, mudamos alguns formatos, alguns funcionaram, outros não, e tivemos que readequar os times, o que faz parte dentro de toda empresa. A One Mynd tinha um planejamento de realização durante todo o ano, mudamos as áreas de planejamento, curadoria e atendimento para dentro das células do comercial, e não mais áreas separadas dentro da empresa. Unificamos os grupos de células comerciais com toda estrutura dentro de cada time. Também automatizamos alguns processos financeiros, de inteligência e dados, curadoria e processos, o que nos possibilitou reduzir os times. As células do time comercial não possuem “nomes”, são divisões de carteiras lideradas por executivos do mercado, comandados por nossa diretora comercial Stefania Brito, que veio do mercado de entretenimento, e pelo nosso CMO José Cirilo, que também lidera o time artístico e está na empresa há 3 anos.

O planejamento de One Mynd, que é não ter núcleos separados, e sim núcleos que trabalham em conjunto atendendo e se desenvolvendo dentro dos seus clientes, continua normalmente dentro do planejamento. Nunca chegamos a ter 500 funcionários, o nosso quadro no início do ano era de 380 funcionários e hoje é de 320.

A perda de nomes relevantes afetou de alguma forma os negócios da Mynd?

Não, pois a Mynd não trabalha somente vendendo seu casting, temos outras frentes de atuação. Somos especialistas em marketing de influência e atendemos marcas com projetos de curadoria, que abrange a contratação de qualquer influenciador do mercado, de acordo com o briefing da marca. Continuamos vendendo ex-agenciados, assim como influenciadores de outras agências, trabalhamos com todas as agências do mercado, assim como elas trabalham conosco.

O que houve com os investimentos de out of home?

A Mynd não trabalha com out of Home. Somos especialistas em marketing de influência.

Quais os planos da empresa para 2025?

Tivemos nosso primeiro Upfront em 2024, mostrando cada vez mais nossa profissionalização e expertise com o mercado e com o marketing de influência. Para 2025 teremos novamente nosso Upfront, com foco em nossos projetos proprietários como Plataforma Potências e o Prêmio Potências, que foi um grande sucesso de 2024.

Também estamos estruturando novas frentes de atuação, ainda de acordo com o que vemos que são movimentações do mercado e novas necessidades, e iremos lançar estes projetos no Upfront mais focados em desenvolvimento de mercado marketing de influência e relacionamento das marcas com a grande base de influenciadores que hoje estão disponíveis. Temos foco também no mercado de escola e curso para novos influenciadores, além de novas frentes que vimos que estão em constante crescimento e estamos buscando parcerias do mercado e aquisições para somar com a Mynd, sempre buscando liderar o mercado com tendências.

Além disso, a Billboard está crescendo e se consolidando nas marcas e mercado musical. O foco da revista é entretenimento musical. Não somos um veículo de denúncias ou investigações, e desta forma nossa alinha editorial é de desenvolvimento do mercado de música, apoio aos artistas, divulgação de seus trabalhos e incentivo ao crescimento e desenvolvimento do mercado e da indústria da música. Jamais iremos soltar notícias não verificadas ou negadas por artistas. Temos o compromisso com o jornalismo sério.

Teremos novidades a serem anunciadas no Upfront em fevereiro! E a Mynd reforça que preza e sempre prezou pelo relacionamento respeitoso e transparente com seus colaboradores, clientes, parceiros e fornecedores.

Cobre diariamente os bastidores das novelas, do telejornalismo e da mídia esportiva. Tem como titular o jornalista Gabriel Vaquer



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