'Não seja fraco! Não seja estúpido': Trump diz que EUA estão fazendo algo que já deveria ter sido feito

Especialistas avaliam que encarecimento de produtos e serviços deve pressionar a inflação e diminuir o consumo, o que pode provocar uma desaceleração ou até recessão da economia americana. Donald Trump em 31 de março de 2025
REUTERS/Leah Millis
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a se manifestar sobre suas tarifas recíprocas nas redes sociais nesta segunda-feira (7), enquanto os mercados financeiros globais permanecem turbulentos, com as bolsas de valores em queda.
Trump escreveu em sua rede social que os EUA têm a oportunidade de realizar “algo que deveria ter sido feito décadas atrás”.
“Não seja fraco! Não seja estúpido! Não seja um PANICANO (Um novo partido baseado em pessoas fracas e estúpidas!). Seja forte, corajoso e paciente, e GRANDEZA será o resultado!”, afirmou o presidente.
O mercado internacional reagiu negativamente ao anúncio do governo Trump, pois tarifas mais altas sobre a maioria dos produtos que chegam aos EUA devem aumentar os preços, não apenas dos produtos finais, mas também de diversos insumos necessários para a produção de bens e serviços no país.
Especialistas acreditam que esse aumento de preços deve pressionar a inflação e reduzir o consumo, o que pode levar a uma desaceleração ou até mesmo a uma recessão na maior economia do mundo.
Além disso, as respostas de outros países, como a China, com ameaças ou anúncios de tarifas sobre os EUA, também aumentam a cautela em relação aos efeitos de uma guerra comercial.
Se outros países também impuserem tarifas, a inflação nesses locais pode aumentar e a atividade econômica desacelerar. Há preocupações de que a guerra de tarifas reduza a demanda global por bens e serviços, diminuindo os níveis de comércio internacional.
Mais um dia de queda nas bolsas
Devido a esses temores, os mercados globais estão em queda pelo terceiro dia consecutivo.
No Brasil, o dólar opera mais um dia em forte alta, enquanto o Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, recua. Às 13h30, a moeda americana subia 1,44%, cotada a R$ 5,92, e o Ibovespa caía 1,62%, aos 125.192 pontos.
Nos EUA, o dia também é de queda generalizada entre os principais índices acionários do país e do mundo.
Na Ásia, onde os mercados já fecharam, o dia foi de queda acentuada, com destaque para a bolsa de Hong Kong, que despencou 13,22%. O índice CSI 1000, da China, caiu 11,39%.
Na Europa, o pregão também já fechou e os principais índices acionários também apresentam quedas significativas, superiores a 4%. O índice Euro Stoxx 50, que reúne as principais ações da Europa, caiu 4,31%.
🇺🇸 Veja o desempenho das principais bolsas dos EUA, por volta das 13h30:
Dow Jones caía 1,63% para 37.688,97
S&P 500 recuava 1,16% para 5.015,15
Nasdaq caía 0,69% para 15.480,63
📉 Veja o desempenho das principais bolsas da Europa:
🇩🇪 o DAX, da Alemanha, caiu 4,26%
🇫🇷 o CAC 40, da França, caiu 4,78%
🇬🇧 o FTSE 100, do Reino Unido, caiu 4,56%
🇮🇹 o Itália 40, da Itália, caiu 5,19%
🇪🇸 o IBEX 35, da Espanha, caiu 5,14%
🇳🇱 o AEX, da Holanda, caiu 4,42%
🇨🇭 o SMI, da Suíça, caiu 4,76%
📉 Veja o desempenho das principais bolsas asiáticas:
🇭🇰 Hang Seng, de Hong Kong, caiu 13,22%
🇨🇳 o CSI 1000, da China, caiu 11,39%
🇯🇵 Nikkei 225, do Japão, caiu 7,68%
🇬🇸 Kospi, da Coreia do Sul, caiu 5,57%
🇮🇳 Nifty 50, da Índia, caiu 3,24%
Os preços do petróleo também registram quedas nesta segunda. Tanto a cotação do barril de petróleo do tipo Brent, quanto do WTI recuam cerca de 3%, também por volta das 7h45.
A queda no preço do petróleo é consequência da expectativa de menor demanda pela commodity nos próximos meses, caso uma guerra comercial entre as maiores economias do mundo se concretize.
Um dos principais efeitos de uma guerra comercial, com aumento generalizado de tarifas, é o aumento da inflação nos países que aplicam essas taxas, além da redução nos níveis de consumo e comércio global. Com a expectativa de uma atividade econômica mais fraca, o preço do petróleo tende a cair.
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