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O futebol paga o preço da colonização equivocada do estado do Paraná


Paraná e Santa Catarina são estados com histórias semelhantes e bastante confusas, tanto que já entraram em conflito por questões territoriais e continuam discutindo o problema até os dias de hoje.

Os vizinhos Rio Grande do Sul e São Paulo, formados há mais tempo – não esqueçamos que o Paraná foi a 5ª Comarca do Estado de São Paulo até a sua emancipação política em 1853 -, moldaram as suas populações dentro das tradições, vocações e objetivos característicos da própria vida.

Não por acaso, paulistas e gaúchos se movimentaram e ocuparam vastos espaços do jovem Paraná, tanto que a influência cultural, social e esportiva dos seus descendentes, são observadas diretamente na civilização paranaense.

Pessoas arrojadas, trabalhadoras, com iniciativa e disposição de estabelecer negócios e criar famílias, os gaúchos influenciaram, significativamente, as regiões oeste e sudoeste do Paraná, enquanto os paulistas dividiram com os mineiros o predomínio na região norte.

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Inicialmente no chamado Norte Velho – nasci em Wenceslau Braz e a vizinha Siqueira Campos era chamada de Colônia Mineira -, depois com os empreendedores ingleses da Cianorte no pujante Norte Novo.

E o futebol paga o preço da colonização equivocada do estado do Paraná, tanto que os clubes da capital aparecem em posições inexpressivas no ranking das maiores torcidas do país.

Claro, como é que os nossos times poderiam conquistar torcedores se os paranaenses do sul e do centro não abraçaram a causa de integração estadual no início do processo de colonização. Não se sabe se por falta de visão dos políticos, empreendedores e empresários da época, ou por simples acomodação.

Sabemos que a vida devia ser boa para os habitantes de Curitiba, Paranaguá, Ponta Grossa, Guarapuava e outras cidades no início do século XX, mas não deveriam ter se descuidado tanto das férteis e promissoras novas regiões desabitadas.

Com o predomínio de torcedores da dupla Gre-Nal no oeste e sudoeste, e dos times paulistas no norte, Athletico, Coritiba, Paraná, Operário e outros do centro e sul, simplesmente não têm nenhuma penetração e o resultado está aí na pesquisa apresentada no final do ano passado.

Entre uma partida e outra de golfe no Country Club, um baile no Clube Curitibano, uma corrida de cavalos no antigo Hipódromo do Guabirotuba ou os animados bares e cafés da rua XV de Novembro, alguns poderiam ter se aventurado ao interior para assegurar o pouco que havia da tradição paranaense.

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