Lar Internacional Ordem de Trump provoca saída de procuradores em Nova York
Internacional

Ordem de Trump provoca saída de procuradores em Nova York



Procuradores federais de Nova York estão se demitindo em massa depois que o governo do presidente Donald Trump determinou que sejam retiradas as acusações federais de corrupção contra o prefeito da cidade, o democrata Eric Adams.

Na quinta-feira (13), a procuradora interina dos Estados Unidos para o Distrito Sul de Nova York, Danielle Sassoon, abriu a sequência de pedidos de demissão ao renunciar ao cargo.

Depois dela, ao menos outros cinco funcionários do Departamento de Justiça (DOJ, na sigla em inglês) em Nova York pediram demissão pelo mesmo motivo, segundo informações do jornal The New York Times.

No início da semana, o procurador-geral adjunto interino da gestão Trump, Emil Bove, disse num memorando que o processo contra Adams deveria ser arquivado porque estava impedindo o prefeito de colaborar com as políticas de combate à imigração ilegal do presidente.

Hagan Scotten, o procurador principal no caso contra Adams, escreveu na sua carta de demissão: “Nenhum sistema de liberdade ordenado pode permitir que o governo use a promessa de arquivar acusações, ou a ameaça de apresentá-las novamente, para induzir um funcionário eleito a apoiar seus objetivos políticos”, criticou.

Sassoon, numa carta enviada à procuradora-geral dos Estados Unidos, Pam Bondi, disse que a ordem de arquivar o caso era “inconsistente com minha capacidade e dever de processar crimes federais sem medo ou favorecimento e de apresentar argumentos de boa-fé perante os tribunais”. Ela e Scotten são do Partido Republicano, legenda de Trump.

O advogado de Adams, Alex Spiro, negou que tenha havido qualquer toma lá, dá cá para que as acusações contra o prefeito sejam arquivadas.

“Não oferecemos nada e o departamento [DOJ] não nos pediu nada. [Mas] nos perguntaram se o processo tinha alguma relação com a segurança nacional e a aplicação das leis de imigração, e nós respondemos honestamente que sim”, afirmou.

Adams foi indiciado em setembro do ano passado por cinco acusações de recebimento de propina, fraude e solicitação de doações ilegais de campanha do exterior. A Justiça Federal dos Estados Unidos marcou para 21 de abril o início do julgamento do prefeito. Devido à onda de saídas na procuradoria federal de Nova York, a ação ainda não foi arquivada.

Embora seja do Partido Democrata, Adams é favorável às políticas de combate à imigração ilegal de Trump, e na quinta-feira ele autorizou que agentes federais de imigração façam fiscalização no complexo prisional de Rikers Island, o que não era permitido até então devido às políticas de cidade-santuário de Nova York.

O termo cidade ou Estado santuário designa localidades dos Estados Unidos cujas autoridades não colaboram ou limitam a cooperação com ações do governo federal que visam imigrantes ilegais.



FONTE

Deixe um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Artigos relacionados

Internacional

Conservadores da Alemanha voltam a rechaçar AfD

Friedrich Merz, líder do bloco conservador formado pela União Democrata-Cristã e pela...

Internacional

Netanyahu exige “desmilitarização completa” do sul da Síria

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, exigiu neste domingo (23) “a desmilitarização...

Internacional

Israel envia tanques para a Cisjordânia

O governo de Israel enviou tanques para a Cisjordânia neste domingo (23)...

Internacional

Merz declara vitória na Alemanha; AfD comemora crescimento

Friedrich Merz, líder do bloco conservador formado pela União Democrata-Cristã e pela...