O Papa Francisco fez seu tradicional discurso ao corpo diplomático de países dos cinco continentes, nesta quinta-feira (9), no Vaticano.
Durante o pronunciamento, que foi lido por um colaborador da Secretaria de Estado do Vaticano devido a recentes problemas de saúde do pontífice, o Papa voltou a mencionar a grave situação política da Venezuela, defendendo o fim da violência no país e o início das negociações para “o bem comum” da nação sul-americana.
“É doloroso constatar que subsistem, sobretudo no continente americano, vários contextos de aceso confronto político e social”, afirmou o líder católico.
O pontífice pediu nesta quinta-feira que os direitos da população venezuelana fossem respeitados, incluindo os cidadãos que foram presos por razões políticas nos últimos meses.
Segundo o Papa, essa grave situação “só pode ser superada com a adesão sincera aos valores da verdade, da justiça e da liberdade, através do respeito pela vida, pela dignidade e pelos direitos de cada pessoa, incluindo daqueles que foram presos”.
O líder católico também citou conflitos políticos e sociais que acontecem simultaneamente no Haiti, Bolívia, Nicarágua e Colômbia.
O discurso acontece um dia antes da posse do ditador Nicolás Maduro, acusado pela oposição política e pela comunidade internacional de fraudar os resultados eleitorais para se manter no poder.
Ainda nesta quinta-feira (9), a maior coalizão da oposição, Plataforma Unitária Democrática (PUD), liderada por Maria Corína Machado e o candidato presidencial das eleições de julho, Edmundo González Urrutia – que reivindica vitória – organizou uma manifestação histórica nas ruas de Caracas.
A mobilização contará com a presença de Machado, que passou os últimos meses escondida por medo de represálias do regime chavista. Segundo a base opositora, a ação tem como objetivo exigir mudanças urgentes para libertar a Venezuela de um sistema autoritário.
O regime de Nicolás Maduro também marcou protestos nas ruas, neste mesmo dia, em resposta à mobilização pró-democracia em Caracas.
Desde o final de semana, a capital venezuelana está sob custódia de mais de 1.400 agentes das forças de segurança do regime chavista, mobilizados na tentativa de intimidar os cidadãos que sairão às ruas para rejeitar a ditadura. Além disso, organizações militares pró-regime também foram convocadas às ruas.
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