O chanceler da Alemanha, Olaf Scholz, perdeu uma votação de confiança no Parlamento nesta segunda-feira (16) depois que seu governo ficou em minoria, o que significa que o país realizará eleições gerais antecipadas, que estão previstas para 23 de fevereiro.
Um total de 394 deputados dos 717 que votaram se recusaram a dar sua confiança ao chanceler, enquanto 116 se abstiveram e 207 votaram a favor de sua continuação, anunciou a presidente do Parlamento, Bärbel Bas.
Os deputados que reafirmaram sua confiança em Scholz pertencem ao Partido Social-Democrata (SPD), do próprio chanceler, mas também pelo menos um parlamentar do direitista Alternativa para a Alemanha (Afd), que considerou que seria ainda pior a chegada ao poder do líder da oposição democrata-cristã, Friedrich Merz, que lidera as pesquisas.
Os verdes, que têm 117 cadeiras na Câmara, anunciaram que se absteriam para garantir que o chanceler perdesse a votação e o Parlamento pudesse ser dissolvido.
Em seu discurso antes da votação, o chanceler enquadrou a eleição antecipada como um referendo sobre a política econômica do governo em um momento em que a recessão na Alemanha está se aprofundando e a incerteza global está crescendo.
Nesse sentido, pediu que fosse permitido maior endividamento estatal para financiar investimentos massivos em infraestrutura e segurança, a fim de reanimar a economia e, ao mesmo tempo, garantir a proteção do país contra a ameaça representada pela invasão russa da Ucrânia.
“Precisamos puxar a alavanca, e precisamos fazer isso agora”, declarou, acrescentando que os cidadãos devem decidir se investem na economia “com força e determinação ou de forma mesquinha e hesitante”.
Em sua resposta, Merz acusou o chanceler de não ter cumprido suas promessas relativas à modernização do Exército após a guerra na Ucrânia e de ter mergulhado o país em uma crise econômica, cuja solução não pode ser alcançada hipotecando o futuro das próximas gerações com mais dívidas, argumentou.
Depois de perder a votação, Scholz foi ao Palácio de Bellevue para se encontrar com o presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier, para pedir que dissolva o Parlamento.
O presidente tem até 6 de janeiro para tomar uma decisão e deve realizar uma rodada de negociações com os chefes dos partidos democráticos antes disso, mesmo que seja uma mera formalidade.
A Constituição prevê que entre a dissolução do Parlamento e a data das novas eleições deve decorrer um prazo máximo de dois meses, mas a data para a qual todas as forças políticas trabalham, acordada pelo governo e pela oposição, precisamente a pedido de Steinmeier, é a de 23 de fevereiro.
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