O secretário-geral da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), Mark Rutte, disse nesta segunda-feira (13) que a paz na Ucrânia não durará se um acordo para acabar com a guerra for do agrado de Rússia, China, Coreia do Norte e Irã, e advertiu que um acordo que satisfaça os interesses desses países “abre caminho para a instabilidade global”.
“A paz não durará se a guerra terminar com um acordo no qual [o ditador russo, Vladimir) Putin, (o ditador chinês) Xi Jinping, (o ditador norte-coreano) Kim Jong-un e o regime iraniano estejam se cumprimentando, sentindo-se fortalecidos. Um acordo na Ucrânia que atenda aos interesses deles abre caminho para a instabilidade global”, declarou.
Rutte fez tal declaração durante uma apresentação perante o Comitê de Assuntos Externos e o Subcomitê de Segurança e Defesa do Parlamento Europeu.
Ele disse estar convencido de que a paz “só pode durar se a Ucrânia chegar à mesa [de negociações] em uma posição de força” e que, para isso, Kiev precisa de “ajuda contínua” dos aliados, “mais armas e mais rapidez para que possa se defender melhor e negociar um bom acordo para ela, Europa e mundo”.
“Os aliados da Otan estão fornecendo mais e o apoio da UE continua sendo crucial”, disse.
Ele lembrou que na última semana, na reunião do Grupo de Contato de Defesa da Ucrânia na Alemanha, “os Estados Unidos e os aliados europeus anunciaram mais ajuda à Ucrânia” e consideraram essas contribuições adicionais “vitais”.
“O futuro da segurança europeia e global depende do resultado da guerra na Ucrânia. Todos nós queremos que essa guerra termine, mas, acima de tudo, queremos uma paz duradoura”, enfatizou.
“Não sei como ou quando a guerra terminará, mas sei que a paz não será duradoura se Putin conseguir o que quer na Ucrânia, porque então ela continuará. Ele ameaçou iniciar guerras no passado, e já as iniciou: Geórgia em 2008, Ucrânia em 2014 e novamente em 2022, então qual é o próximo alvo?”, perguntou Rutte.
Ele explicou que, quando as negociações de paz começarem, “será crucial que a Rússia entenda que, após isso, será impossível que ela ataque a Ucrânia novamente”.
“Parte das negociações de paz tem que ser exatamente como avançar em termos do relacionamento da Ucrânia com a Otan, de preferência dentro da Otan, mas acho que é muito cedo agora para delinear exatamente o que isso significará. Também é algo que teremos que discutir com o próximo governo dos EUA”, avaliou.
Ele reconheceu que a Ucrânia não pode atualmente negociar com a Rússia “a partir de uma posição de força”.
“Temos que fazer mais para assegurar, mudando a trajetória do conflito, que eles possam chegar a uma posição de força”, acrescentou.
O secretário-geral da Otan admitiu estar “profundamente preocupado” com a segurança na Europa.
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