A reunião que definiu o novo vice-presidente do Conselho Administrativo do Athletico ficou marcada por um alerta do presidente Mario Celso Petraglia. O recado aos conselheiros foi claro: o Furacão deve ter déficit após a queda para a Série B e corre risco de ficar no “vermelho”.
Os bons números das finanças, que se refletiram em dez anos consecutivos com superávit e recorde absoluto em 2023, devem acabar em 2025. Além das quedas de arrecadação pelo rebaixamento, outro fator que foi trazido à tona foi a dívida pela reforma da Ligga Arena.
Dívida da Arena tinha “virado pó”, mas volta à tona
A dívida tinha “virado pó”, como disse Petraglia em entrevista concedida no fim de 2023. Isso porque a negociação fez a dívida sair da casa de R$ 1,2 bilhão para R$ 550 milhões, divididos entre Athletico, governo estadual e prefeitura.
O acordo tripartite encerrou o imbróglio judicial que durou cerca de dez anos.
Valores divulgados aos conselheiros do Athletico
Segundo a diretoria do Athletico, três pagamentos já foram feitos à Fomento, que financiou a reforma da Ligga Arena.
Aparecem o pagamento da entrada, feito em 2023, de R$ 50 milhões, e outra parcela quitada em 2024, com valor de R$ 67,6 milhões. O clube ainda listou o custo dos juros do financiamento, que foram R$ 63 milhões até dezembro de 2024.
Para 2025, o Furacão afirmou ter feito o pagamento da parcela de R$ 67,5 milhões, além de apontar a parte que cabe à Prefeitura de Curitiba, de R$ 50 milhões.
Contudo, a principal indefinição do acordo se refere ao potencial construtivo, que representa R$ 290 milhões.
Segundo o que foi dito por Petraglia em 2023, a prefeitura de Curitiba tinha o compromisso de fazer a venda do potencial construtivo a partir de janeiro de 2024. Procurada pelo UmDois Esportes, a administração municipal não respondeu até a publicação da matéria.
Com isso, a dívida atual é de R$ 102,9 milhões. Contudo, de acordo com o clube, o valor pode chegar a R$ 342,940 milhões devido aos R$ 240 milhões referentes ao potencial construtivo.
Além dos valores da dívida, o Athletico já fez cinco pagamentos de R$ 24,3 milhões de honorários advocatícios (de 2023 a 2025) e R$ 38,6 milhões da desapropriação dos terrenos da prefeitura de Curitiba.
Furacão lucrou quase R$ 500 milhões em vendas nos últimos anos
Ao lado dos outros membros da diretoria, Petraglia ainda mostrou um balanço de contratações. A apresentação foi feita após acusações da torcida ao presidente e ao diretor financeiro Marcio Lara.
No balanço geral, o Furacão aponta ter recebido um valor líquido de R$ 495,9 milhões nas vendas de atletas de 2022 a 2025.
A diretoria pontuou que nem todo o valor da venda vai para o clube, já que envolve luvas e comissões.
Naming rights e patrocínios
Além do superávit, o Athletico também contava com o contrato de venda dos naming rights, fechado em acordo com a Ligga Telecom, para quitar a dívida da Ligga Arena.
O acordo, que deu novo nome comercial ao estádio, representa R$ 13,3 milhões por temporada ao Furacão.
Além disso, o clube vai anunciar o novo patrocínio master nesta quinta-feira (20) após ter suspendido o contrato com a Esportes da Sorte.
A casa de apostas Viva Sorte será a patrocinadora do Furacão. A empresa, originada como de títulos de capitalização, entrou com força no mercado brasileiro e virou patrocinadora do São Paulo, Corinthians, Santos, Vasco e Bahia. Nos últimos dias ainda foram anunciados acordos com Fortaleza, Ceará e Goiás.
Atualmente, o Athletico tem como parceiros nos uniformes as empresas Copacol, Neodent, Banco Inter e Umbro.
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