A Petrobras perdeu R$ 24,5 bilhões em valor de mercado nesta quinta-feira (27) após o balanço indicar queda de 70,6% no lucro líquido em 2024 e prejuízo de R$ 17 bilhões no quarto trimestre. As ações preferenciais (PETR4) recuou 3,53% e terminou a sessão cotadas a R$ 36,61, enquanto as ordinárias (PETR3) caíram 5,56%, a R$ 39,24.
No final do pregão, a valor total de mercado era estimado em R$ 491,4 bilhões, segundo estimativa da Elos Ayta Consultoria. O prejuízo registrado nos últimos três meses do ano passado impulsionou a venda dos papéis. O balanço divulgado na noite de quarta (26) mostrou que o lucro líquido da estatal foi de R$ 36,6 bilhões em 2024.
O tombo ocorre após a petroleira ter registrado em 2023 seu segundo maior lucro líquido de sua história: R$ 124,6 bilhões. Este foi o primeiro balanço anual da gestão de Magda Chambriard. A companhia atribuiu o resultado a “eventos exclusivos, em maior parte sem efeito no caixa”, como a variação cambial em dívidas entre a Petrobras e suas subsidiárias no exterior foi um dos motivos do recuo.
A companhia também anunciou o pagamento de R$ 9,1 bilhões em dividendos, R$ 0,70954522 por ação ordinária e preferencial em circulação. Nesta tarde, Magda afirmou que a queda no lucro foi provocada por “uma coisa que não é real” e não reflete a solidez operacional da estatal.
“O fator contábil e sem efeito no caixa, que foi o maior de todos, foi a variação do dólar. A variação do dólar ensejou um impacto no lucro da companhia, ao longo do ano, de R$ 59 bilhões. E um terceiro fator é a transição tributária federal, que tirou das nossas costas um passivo da ordem de R$ 45 bilhões”, disse Magda nesta tarde.
Segundo levantamento da Elos Ayta, a Petrobras pagou R$ 100,7 bilhões aos seus acionistas em 2024, um volume 2,56% superior ao de 2023. Desse total, R$ 28,8 bilhões foram para a União, que tem 28,67% de participação na empresa.
“É importante destacar que os dividendos desembolsados referem-se tanto ao lucro de anos anteriores quanto ao próprio exercício de 2024, não estando limitados exclusivamente ao resultado do ano. O estudo considera apenas os dividendos efetivamente pagos, sem incluir valores provisionados nos balanços trimestrais”, disse a consultoria, em nota.
Com isso, os R$ 9,1 bilhões anunciados no balanço do quarto trimestre de 2024 não entram nessa conta, pois serão pagos apenas em 2025. “Entendemos a frustração do mercado com os dividendos de curto prazo, mas antecipar o investimento em Búzios é tudo que o investidor pode querer. O que estamos oferecendo é óleo no bolso mais rapidamente”, afirmou Magda.
Apesar do resultado da Petrobras, o Ibovespa, principal índice da Bolsa de valores brasileira (B3), terminou o dia em leve alta de 0,02%, aos 124.798 pontos.
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