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Petrobras pode mexer nos preços dos combustíveis se ficarem muito altos



A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, diz que a estatal pode mexer nos preços dos combustíveis se ficarem muito altos ou muito baixos em relação ao mercado internacional. Apesar de não falar em intervencionismo, a executiva diz que a empresa analisa o preço mínimo a cada 15 dias, e que não pode perder mercado ou dinheiro com a flutuação dos valores cobrados externamente.

“Se o preço ficar muito acima do mercado e enxergarmos que a tendência é essa, vamos mexer certamente. Da mesma forma, se ficar abaixo, vamos mexer também. Monitoramos isso e também o market share. O que não é interessante para nós é ficar com o preço muito alto porque perdemos mercado. Com preço muito baixo, perdemos dinheiro”, disse em entrevista ao Estadão publicada nesta quarta (12).

Magda Chambriard afirmou que essas variáveis estão equilibradas “dentro do que a Petrobras se propõe”, e que não há a intenção de mexer em preços no curto prazo.

O posicionamento de que a estatal pode mexer nos preços dos combustíveis ocorre em um momento em que há uma leve defasagem de 1% para a gasolina e de 3% para o diesel no Brasil na comparação com o mercado internacional (veja aqui), segundo dados desta quinta (13) da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom).

O preço cobrado nas bombas também foi um dos fatores que pesou na disparada da inflação de fevereiro, de 1,31%, e atingiu a maior marca em 22 anos. Os combustíveis foram reajustados no começo do mês e pesaram em 4,35% no diesel, 3,62% no etanol e 2,78% na gasolina, de acordo com o IBGE.

Apesar do aumento dos preços dos combustíveis pressionando a inflação, Magda Chambriard diz que não sente pressão para baixá-los.

“A pressão vem mais pelo jornal, pelos jornalistas e pelo mercado. Porque o governo mesmo está entendendo como correto o posicionamento da Petrobras. No ano passado, logo que assumi, eu disse: esse preço não está legal. E tivemos toda a liberdade, sem nenhuma pressão, nenhum constrangimento, para colocar o preço no patamar que entendemos como correto”, pontuou.

Ainda segundo a executiva, o governo Lula fez um “movimento de abrasileiramento dos preços”, em que a estatal acompanha a tendência do mercado internacional para evitar uma volatilidade do mercado interno pela flutuação externa.

“O Conselho de Administração, com representantes governamentais e privados, acompanha esse desempenho todo mês. Fechamos 2024, e ninguém reclamou. Acho que estamos no caminho certo. Preço não foi um problema, não oneramos o caixa da empresa com questões de preço, e no começo do ano aumentamos o preço do diesel de novo”, completou.

Além da questão dos combustíveis, Magda Chambriard comemorou a autorização do Ibama para a limpeza de uma sonda que será utilizada na Margem Equatorial, em que a Petrobras pleiteia a liberação do licenciamento ambiental para perfurar um poço de testes na altura da costa do Amapá.

Para ela, essa autorização já é um “excelente indicativo” de que a companhia cumpriu todas as exigências pedidas – embora não seja uma garantia de que o licenciamento para a perfuração será liberado.

“Entregamos a última demanda do Ibama no fim de novembro, respondendo a todos os questionamentos. […] Essa sonda está furando na Bacia de campos e vai levar dois meses para limpar o casco. Temos de garantir que não vá nenhuma espécie invasora. É uma sonda de primeira qualidade, compatível com todos os níveis de segurança para perfurar no Amapá, em águas profundas”, completou.

A autorização para a perfuração na costa do Amapá se arrasta há anos e ganhou pressão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste ano, em que chegou a dizer que o Ibama faz “lenga-lenga” e que às vezes parece trabalhar contra o governo. A fala gerou reação imediata dos servidores técnicos, mas não o suficiente para o petista redobrar a aposta sempre que tem oportunidade.

Mais recentemente, o ministro Alexandre Silveira, de Minas e Energia, disse que a Petrobras já entregou todos os estudos complementares pedidos pelo Ibama para liberar o licenciamento para perfurar um poço de testes na região – que fica a 570 quilômetros da foz do Rio Amazonas – e que “chegou a hora de virar essa chave”.

“Essa reserva, talvez maior que a do pré-sal, já está mudando a realidade dos nossos vizinhos. O PIB da Guiana cresceu 50% no último ano, o Brasil merece, em especial os nossos irmãos nortistas e nordestinos, viver essa realidade”, disse.

Ele emendou afirmando que a exploração da reserva pode render mais de R$ 1 trilhão em impostos para políticas públicas de saúde e educação, e que já há mais de R$ 350 bilhões em investimentos parados.



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