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Por que buscas pelo voo MH370 da Malaysia Airlines serão retomadas mais de 10 anos após sumiço




O voo MH370 desapareceu em 2014 com 239 pessoas a bordo, enquanto viajava de Kuala Lumpur, a capital malaia, para Pequim, na China. Seu desaparecimento é um dos maiores mistérios da aviação mundial. Famílias de passageiros ainda buscam respostas sobre avião que sumiu há 10 anos
EPA via BBC
O governo da Malásia aprovou nesta quarta-feira (19) uma nova busca pelos destroços do voo MH370 da Malaysia Airlines, mais de uma década após o desaparecimento da aeronave.
A busca cobrirá uma área de 15 mil km² no Oceano Índico Meridional e será conduzida pela empresa de exploração Ocean Infinity. A empresa só será remunerada se encontrar o avião.
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A Ocean Infinity receberá US$ 70 milhões (R$ 396 milhões) se os destroços forem encontrados, anunciou o ministro dos Transportes, Loke Siew Fook.
O voo MH370 desapareceu em 2014 com 239 pessoas a bordo, enquanto viajava de Kuala Lumpur, a capital malaia, para Pequim, na China.
Seu desaparecimento é um dos maiores mistérios da aviação mundial e continua a assombrar as famílias dos passageiros e tripulantes.
Apesar das extensas buscas nos anos seguintes ao seu desaparecimento, nenhum destroço foi encontrado. Esforços anteriores, incluindo uma busca multinacional que custou US$ 150 milhões (R$ 850 milhões), terminaram em 2017.
Os governos dos três países envolvidos — Malásia, Austrália e China — disseram que a busca só seria retomada “caso surgissem novas evidências plausíveis” sobre a localização da aeronave.
Uma busca em 2018 pelos destroços pela mesma Ocean Infinity, sob termos semelhantes, terminou sem sucesso após três meses.
Sumiço do voo MH370 da Malaysia Airlines completa 10 anos
Em dezembro de 2024, o governo da Malásia concordou, em princípio, em retomar a busca, argumentando que há novos indícios considerados “críveis”.
No entanto, as negociações finais só foram concluídas agora em março.
A aprovação final da Malásia nesta quarta-feira agora permitirá que a busca seja iniciada.
“O governo está comprometido em continuar a operação de busca e em proporcionar um encerramento para as famílias dos passageiros do MH370”, afirmaram as autoridades em um comunicado.
O desaparecimento
O voo MH370 decolou de Kuala Lumpur nas primeiras horas de 8 de março de 2014.
Menos de uma hora após a decolagem, perdeu a comunicação com o controle de tráfego aéreo, e os radares mostraram que a aeronave havia se desviado de sua rota planejada.
Investigadores geralmente concordam que o avião caiu em algum lugar no sul do Oceano Índico, embora o motivo do acidente ainda permaneça desconhecido.
Pedaços de destroços, acreditando-se serem da aeronave, foram encontrados nas costas do Oceano Índico nos anos seguintes ao seu desaparecimento.
Li Eryou, que perdeu seu filho de 29 anos, foi um dos porta-vozes da frustração da família
Getty Images/BBC
O desaparecimento da aeronave gerou uma série de teorias da conspiração, incluindo especulações de que o piloto teria derrubado o avião deliberadamente e alegações de que ele teria sido abatido por uma força militar estrangeira.
Uma investigação em 2018 sobre o desaparecimento da aeronave concluiu que os controles do avião provavelmente foram manipulados deliberadamente para desviá-lo de sua rota, mas não chegou a uma conclusão definitiva sobre o motivo.
Os investigadores afirmaram na época que “a resposta só poderá ser conclusiva se os destroços forem encontrados”.
Os passageiros incluíam pessoas de mais de uma dúzia de países: pouco menos de dois terços eram cidadãos chineses, seguidos por 38 malaios, com outros de países como Austrália, Indonésia, Índia, França, Ucrânia e EUA.
Familiares dos passageiros chineses desaparecidos do MH370 se reuniram com autoridades em Pequim no início de março para discutir a renovação da busca pelos destroços e expressar suas esperanças por uma busca independente.
Alguns parentes expressaram frustração pela falta de comunicação direta das autoridades malaias.
“Foi prometido que seríamos informados imediatamente, [mas] só conseguimos descobrir esse tipo de notícia pela internet”, disse Li Eryou, um pai de 68 anos que perdeu o filho de 29 anos.
“Muitas famílias nem sabem como acessar essas informações, então estão completamente desinformadas”, afirmou ele à agência de notícias AFP.
Familiares enlutados se reuniram em frente à embaixada da Malásia em Pequim no 11º aniversário do desaparecimento do voo, no início deste mês, entoando: “Devolvam-nos nossos entes queridos!”
Cheng Liping, cujo marido estava na Malásia para uma gravação de um filme e estava retornando à China no MH370, disse que esperava que Pequim se comunicasse mais com a Malásia para descobrir a verdade.
“Todos ficaram presos na dor”, disse ela a jornalistas. “O que exatamente aconteceu ainda é desconhecido.”
A nova busca provocou reações mistas das famílias dos passageiros quando foi anunciada em dezembro – com alguns considerando-a um passo em direção ao encerramento, enquanto outros descreveram que a notícia causou sentimentos conflitantes.



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