Lar Turismo Portugal aumenta investimento em roteiros gastronômicos – 19/02/2025 – Turismo
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Portugal aumenta investimento em roteiros gastronômicos – 19/02/2025 – Turismo


Portugal, entre os destinos mais visitados por brasileiros, vem aumentando a sua arrecadação com turismo —em 2024, visitantes estrangeiros movimentaram mais de 27 milhões de euros no país. Da francesinha às centenas de receitas com bacalhau, os pratos típicos são chamarizes dos viajantes de todo o mundo. Não à toa, governo e empresários vêm ampliando investimentos em roteiros gastronômicos e no enoturismo.

A cidade do Porto, no norte, é porta de entrada para os turistas que querem conhecer uma das regiões vinícolas mais famosas do mundo: o Douro, incluída na lista de patrimônio mundial da Unesco. É uma área montanhosa com mais de 40 mil hectares de vinhedos e repletas de quintas, propriedades em que há produção do emblemático vinho do Porto e que oferecem aos visitantes várias atividades relacionadas, como degustação a pisas de uva.

No Porto, segunda maior cidade do país, turistas já mergulham na história do vinho local. Com cerca de 230 mil habitantes, o município é conhecido por suas pontes imponentes —a D. Luís 1º, cartão-postal e também patrimônio mundial da Unesco, tem quase 400 metros de extensão.

Navegar sob as estruturas pelo rio Douro, que abastece as vinícolas da região homônima, é um passeio tradicional e que pode ser feito a bordo de rabelos, antigas embarcações que transportavam barricas com a bebida.

A excursão dura 50 minutos e custa € 18 (R$ 107). De um lado, as casas com fachadas coloridas do bairro de Ribeira, um dos mais antigos do Porto, chamam a atenção. Do outro fica a cidade de Vila Nova de Gaia, onde a produção do Douro é engarrafada e envelhecida para ser exportada.

Foi em Gaia, como falam os locais, que empresários inauguraram em 2020 o World of Wine, ou mundo do vinho, complexo de lazer que transformou armazéns em museus, bares e restaurantes, uma escola dedicada ao vinho e um terraço com vista privilegiada para o rio Douro e o Porto.

Entre os destaques está o museu Planet Cork, voltado à cortiça, o material das rolhas das garrafas de vinho —Portugal é o maior produtor da matéria-prima no mundo, sendo responsável por mais de 50% da produção global.

Mais do que explicar o processo de fabricação das rolhas, o museu guarda informações inusitadas, incluindo sobre suas aplicações no dia a dia. O material é usado, por exemplo, em foguetes da Nasa. A entrada custa € 20 (R$ 119).

Também em Gaia, próximas do World of Wine, concentram-se caves centenárias. Diante de barricas e pipas que armazenam dezenas de milhares de litros de vinho, os visitantes entendem as etapas de produção da bebida.

Empresas como a Graham’s produzem lotes especiais, mais envelhecidos e que não são encontrados no mercado, para presentear autoridades, incluindo integrantes da família real britânica.

Mas é na região do Douro, a 1h15 de distância do Porto, que o visitante vê de perto o que faz o famoso vinho do Porto ser único.

As vinícolas ficam nos chamados socalcos, espécies de degraus construídos nas encostas das montanhas, o que permite às videiras mais tempo de exposição ao sol. Já o solo é seco e composto de xisto. A formação força as plantas a trabalhar mais para conseguir água. O resultado são uvas muito mais doces e com alta concentração, características do aroma e sabor da bebida local.

Dezenas de quintas pela região oferecem várias experiências técnicas e sensoriais que permitem uma imersão no mundo do vinho.

Na Quinta da Aveleda, por exemplo, o carro-chefe são os vinhos verdes, que são reconhecidos pelo frescor e pela acidez.

Berço do Casal Garcia, um dos vinhos verdes mais conhecidos no Brasil e talvez no mundo, o local tem o jardim mais bonito da região. São várias as espécies de plantas e alguns animais, incluindo caprinos. No espaço, as crianças podem brincar em gincanas enquanto ocorrem as visitas aos vinhedos e as provas de vinho.

Na adega, um fato curioso: os vinhos descansam ao som de música gregoriana —dizem que as ondas sonoras influenciam a qualidade do líquido. As provas variam de € 8 (R$ 48) a € 170 (R$ 1.017), com produtos premium.

Também no meio do caminho fica o hotel-vinícola Monverde, onde os visitantes podem degustar vinhos feitos com castas diferentes de uva e depois combiná-las na própria garrafa, personalizada, que fica de lembrança. Antes da atividade, que custa € 55 (R$ 329), os participantes são estimulados a sentir vários aromas, de frutas a chocolates, para aguçar o olfato e o paladar para conseguir “produzir o próprio vinho”.

Na região do Douro, a Quinta da Pacheca oferece degustação (a partir de € 24) e, dependendo da época do ano, pisa de uvas. Também é possível se hospedar no hotel que fica junto aos vinhedos. Já pensou dormir em um enorme barril de vinho? Alguns foram transformados em concorridos quartos com vista para as vinhas.

Na degustação da Quinta do Bomfim, a graça está no tradicional restaurante de mesmo nome, que foi inaugurado em 1896.

O estabelecimento é reconhecido pelo Michelin, que em 2024 voltou a ter edição portuguesa —até o ano anterior, a publicação era compartilhada com a Espanha. Segundo a imprensa local, o país investiu € 400 mil no projeto.

A organização e o lançamento do Guia Michelin começaram a ser patrocinados por países que buscam atrair turistas, como a Argentina —o guia alega, porém, que isso não interfere na quantidade de restaurantes estrelados ou no número de estrelas recebidos. Em contrapartida, a publicação diz impulsionar o turismo local.

Na cerimônia, ocorrida em março do ano passado, nenhum restaurante do país recebeu três estrelas, o que provocou frustração. Mas houve um aumento no número de casas estreladas.

Em Portugal, pelo menos, a estratégia tem funcionado. De acordo com órgão de turismo do país, mais de 30 milhões de estrangeiros estiveram lá 2024, um recorde.

Quinta da Aveleda

Localizada entre o Porto e o Douro, é berço do Casal Garcia, um dos vinhos verde mais conhecidos no mundo. Visitas aos jardins e às vinhas custam € 13 (R$ 77) cada. As provas variam de € 8 (R$ 48) a € 170 (R$ 1.017).

Site: www.aveleda.com

Hotel-vinícola Monverde

Entre as atividades está a degustação de vinhos feitos com castas diferentes de uva que depois são combinados em garrafas na “produção do próprio vinho” por € 55 (R$ 329).

Site: www.monverde.pt

Quinta da Pacheca

Oferece várias experiências, de visita e degustação, a partir de € 24 (R$ 143), a cooking class, que custa € 190 (R$ 1.136). Visitantes podem se hospedar em enormes e instagramáveis barris de vinhos .

Site: www.quintadapacheca.com

Quinta do Bomfim

Diferencial é fazer degustação de vinho seguida por uma refeição no tradicional restaurante de mesmo nome, inaugurado em 1896

Site: pt.symington.com/visitar/quinta-do-bomfim/



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