O presidente da França, Emmanuel Macron, reafirmou nesta sexta-feira o apoio da Europa à causa ucraniana na guerra contra a Rússia. Em visita a Portugal, o político francês disse que o continente europeu precisa aumentar sua autonomia no campo da segurança enquanto auxilia a Ucrânia no conflito que já dura três anos.
“Temos que construir elementos de segurança para a Ucrânia e para a Europa, mas não podemos esquecer um ponto: se há alguém que joga com a Terceira Guerra Mundial, seu nome é Vladimir Putin. Foi ele quem começou a agressão há três anos”, disparou Macron em entrevista a um canal de televisão português.
Macron também comentou sobre a polêmica reunião do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, e do presidente dos EUA, Donald Trump. Segundo ele, a reunião entre os líderes foi “importante” para esboçar o início da presença ucraniana nas negociações de paz entre americanos e russos. Além disso, Macron também reforçou que outros países, além dos EUA, têm ajudado a Ucrânia desde a invasão russa em fevereiro de 2022. “Acho que todos nós, europeus, japoneses, canadenses, americanos, ajudamos a Ucrânia desde o primeiro momento, e estávamos certos”, acrescentou à mídia portuguesa.
A reunião entre Zelensky e Trump, na última sexta-feira, ganhou as manchetes após o embate verbal na frente das câmeras da imprensa, em que o americano cobrou “mais gratidão” do líder ucraniano. Zelensky, por sua vez, tentou defender seu ponto de vista, de que não há como confiar em um cessar-fogo russo sem que haja uma contrapartida a favor da Ucrânia.
“Se faz necessário esperar que o diálogo seja frutífero com o presidente Zelensky. O que nós queremos é que a Ucrânia tenha as melhores condições possíveis para defender seus interesses legítimos”, afirmou.
Além disso, Macron analisa que a Europa precisa investir para que “se torne protagonista de sua própria segurança”. A fala surge após indícios de que diversos países europeus, como Polônia e Inglaterra, estariam construindo um plano de investimento em segurança, em meio ao temor de que Trump e Putin possam fazer um acordo sobre a questão ucraniana.
A própria presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, afirmou em Kiev na semana passada que a União Europeia já está finalizando um plano para impulsionar também a produção de armamentos e fortalecer a indústria de defesa do continente.
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