A Suprema Corte da Argentina decidiu nesta quinta-feira (5) julgar a ex-presidente Cristina Kirchner pelo suposto acobertamento de iranianos responsáveis pelo atentado contra uma instituição judaica em Buenos Aires em 1994 que matou 85 pessoas e feriu centenas.
Ao mesmo tempo, o tribunal arquivou outro caso contra Cristina que dizia respeito a suposta venda de dólares por parte do Banco Central a um valor inferior ao oferecido no mercado.
Sobre o atentado, os magistrados descartaram o argumento da defesa de Cristina de que houve arbitrariedade na decisão da Justiça de reabrir o caso do suposto acobertamento. Essa decisão foi tomada em 2023, dois anos depois do arquivamento inicial em 2021.
Quando o caso foi reaberto em 2023, os juízes disseram que a acusação de acobertamento extrapolava a assinatura de um memorando entre o governo argentino e o Irã, proposto por Cristina e aprovado pelo Congresso. Esse documento previa que os suspeitos do atentado contra a Amia fossem interrogados fora da Argentina.
Para a Justiça, a acusação contra Cristina também dizia respeito a negociações por canais paralelos aos institucionais que teriam tido o objetivo de garantir impunidade aos cidadãos iranianos.
Em janeiro de 2015, a ex-presidente foi acusada do acobertamento pelo promotor Alberto Nisman quando estava no último ano de seu segundo mandato. Dias depois, quando seria interpelado no Congresso, Nisman foi encontrado morto com um tiro na cabeça em um episódio que chocou o país.
Por outro lado, a Corte Suprema confirmou o arquivamento de outro caso contra a ex-presidente, que investigava a suposta venda de dólar futuro por parte do Banco Central argentino a um valor inferior ao oferecido no mercado, durante o último governo de Cristina, pois o considerou uma questão de política de Estado que não poderia ser judicializada.
Em abril, a Justiça argentina determinou que os atentados contra a Amia e a embaixada de Israel em 1992, este último com um saldo de 29 mortos, foram ordenados pelo Irã, em uma decisão considerada “histórica” pela comunidade judaica.
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