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Tunisiano que matou brasileira e mais 2 pessoas em atentado em Nice confessa crimes em julgamento




Brahim Aouissaoui responde pela morte três pessoas na Basílica de Nice, em 29 de outubro de 2020, e disse que agiu para “vingar os muçulmanos” mortos pelos ocidentais. O tunisiano Brahim Aouissaoui, acusado de assassinatos e tentativas de assassinatos terroristas
FAMILY HANDOUT / AFP
O tunisiano Brahim Aouissaoui, acusado de assassinar três pessoas na Basílica de Nice, em 29 de outubro de 2020, confessou finalmente seus crimes durante seu julgamento no Tribunal Especial de Paris para casos de terrorismo, nesta segunda-feira (24). Ele disse que agiu para “vingar os muçulmanos” mortos pelos ocidentais.
Entre as vítimas do tunisiano, estava a franco-brasileira Simone Barreto Silva, que tinha 44 anos quando foi morta no ataque. Ela tinha o hábito de passar pela Catedral de Nice a caminho do trabalho para acender uma vela.   
Gravemente ferido pela polícia durante o ataque, o tunisiano se recuperou, mas afirmou inicialmente não se lembrar do que aconteceu. No entanto, segundo médicos que o examinaram, os ferimentos que sofreu não poderiam ter causado uma amnésia.
Ele não quis se pronunciar na quarta-feira (19), quando o juiz perguntou se ele tinha algo a declarar.
Desta vez, o tunisiano, que fala em árabe e é ajudado por um tradutor durante as audiências, afirmou que não era um terrorista, mas sim um muçulmano.
Ele ainda acrescentou que o “Ocidente mata cegamente muçulmanos “inocentes” e “se vingar” é “um direito e uma verdade”, disse o acusado, que poderá ser condenado à prisão perpétua.
Esta é a primeira vez desde a sua detenção, logo após os acontecimentos, que Brahim Aouissaoui, de 25 anos, admite ser o autor dos homicídios, em que agiu com uma faca de cozinha. Também morreram no ataque a paroquiana Nadine Devillers, de 60 anos e o sacristão Vincent Loquès, de 54. 
O jovem justificou o seu ato explicando que “todos os dias há muçulmanos que morrem”. “Todos os dias matam muçulmanos e não se importam. Não têm empatia por estas pessoas”, acrescentou.
A escolha das suas vítimas dentro da igreja foi “aleatória”, disse Brahim Aouissaoui.
“É certo e verdadeiro sair e matar pessoas ao acaso?”, questionou o presidente do tribunal, Christophe Petiteau. “Sim”, respondeu o acusado categoricamente. “Não tinha preparado nada”, mas os homicídios foram “legítimos”, declarou.
O interrogatório de Brahim Aouissaoui deve durar o dia inteiro e o julgamento está previsto para terminar na quarta-feira (26).
Dor para a família da brasileira
A brasileira Simone Barreto Silva morreu no ataque à basílica de Nice
Reprodução/Facebook/Simone Barreto Silva
Simone Barreto Silva deixou três filhos, que já foram ouvidos em outra sessão do julgamento, que começou em 10 de fevereiro. Um menino, que agora tem 15 anos, disse que logo após o atentado, começou a apresentar dificuldades na escola. “Ainda é complicado hoje, mas tenho orgulho de mim mesmo por tentar ficar concentrado”, afirmou.
Duas irmãs de Simone, Solange e Bárbara, descreveram a brasileira como uma pessoa dinâmica e batalhadora.
“Não esperávamos essa tragédia em nossa família. Era uma pessoa solar, uma mãe perfeita para seus filhos, cheia de alegria, uma mãe que lutava para criar seus filhos sozinha”, descreveu Solange, lembrando as últimas palavras da irmã, “diga a meus filhos que eu os amo”.



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