O ministro das Relações Exteriores da Turquia, Hakan Fidan, disse nesta quarta-feira (18) que a comunidade internacional deve retirar a Organização de Libertação do Levante (HTS, na sigla em árabe), grupo rebelde que liderou a insurreição para a derrubada do ditador Bashar al-Assad na Síria, das suas listas de organizações terroristas.
“Acho que é hora da comunidade internacional, começando pela ONU, remover o nome [do HTS] das listas de terrorismo”, disse Fidan, em entrevista à emissora Al Jazeera.
“Acho que o HTS deu passos enormes para se desassociar da Al Qaeda e do Estado Islâmico e outros elementos radicais relacionados”, argumentou.
O HTS é considerado um grupo terrorista por Estados Unidos, Reino Unido, ONU e União Europeia, entre outros, e a organização e seu líder, Abu Mohammed al-Golani, já foram afiliados à Al Qaeda. Além disso, o grupo elogiou os ataques terroristas do Hamas a Israel em 7 de outubro de 2023.
A própria Turquia lista o HTS como um grupo terrorista, mas apoiou as forças contrárias a Assad na guerra civil síria e é considerada a grande vencedora geopolítica com a queda do ditador.
Fidan refutou na entrevista à Al Jazeera o uso do termo “tomada de poder” para designar a queda de Assad e a ascensão do HTS na Síria.
“Não chamaríamos isso de tomada de poder, porque seria um erro grave apresentar o que está acontecendo na Síria nesses termos”, alegou o chanceler turco.
“Para o povo sírio, não é uma tomada de poder. Acho que se houve alguma tomada de poder, é a vontade do povo sírio que está tomando o poder agora”, afirmou Fidan.
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