quarta-feira , 1 janeiro 2025
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Uma ofensa para chamar de sua – 09/12/2024 – Ilustrada


“Só porque alguém se sente ofendido não significa que tenha razão”, a frase do humorista britânico, Ricky Gervais, além de boa, traz para dentro da briga o pessoal que adora falar dos “limites”, a tribo do “piadas machucam”, das hashtags e cancelamentos. A galera que se autodeclara frágil e solidária, mas que sabe ser impiedosa e agressiva com quem não simpatiza, principalmente quando isso monetiza.

Então, que tal a réplica: qual é o limite da ofensa?

Todo mundo tem o direito (ou o dever) de se sentir ofendido? Existe um número máximo de ofensas consentidas ao indivíduo? Tudo pode ser ofensa ou só algumas coisas? E quem decide, cataloga e criminaliza? As ofensas são as mesmas em qualquer latitude, ou cabe uma regionalização, uma classificação etária, uma divisão por categorias? Pode-se falar de uma diversidade que respeite as diferenças civilizacionais, de gênero ou raça, no ato de ofender?

Alguém está acima, é imune ou proibido de ser ofendido? A ofensa pode ser “terceirizada”? É possível ofender alguém com algo que não foi dirigido a essa pessoa? As ofensas podem ser retroativas? As leis que existem não são mais suficientes para tratar das novas gerações de ofendidos, por isso existem os linchamentos virtuais?

Como diria, Roberto Carlos: “São tantas interrogações…” e olha que tudo isso é só um recorte, um fragmento da discussão mais abrangente: a tal da Liberdade de Expressão.

Nos States, a conversa é mais curta: começa e acaba logo na Primeira Emenda. A diferença entre desejar, mesmo em voz alta, que todos os cinemas incendeiem ou gritar “fogo” numa sala escura e lotada, é clara: uma “it’s a shitty opinion”, outra é uma ação. Uma não é crime, a outra é.

Aqui também deveria ser simples: liberdade de expressão é para quem você detesta. Senão é ação entre amigos, festinha, tapinha nas costas, cafuné. Por mais ofensiva, ou até mesmo repulsiva, for a expressão (seja ela humorística, ou não) é mais nocivo proibí-la. Não existe censura do bem.

Em toda a história humana, todos que saíram de casa para queimar livros, cercear opositores ou perseguir dissidentes, se achavam prenhes de razão. Todos acreditavam nas suas certezas: que lutavam contra o mal e buscavam dias melhores.

Nunca deu certo.



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