Membros da comunidade internacional reagiram rapidamente à renúncia e fuga do ex-ditador da Síria, Bashar al-Assad, que deixou Damasco no momento em que forças rebeldes tomavam a capital. A informação foi ratificada pela Rússia, um de seus maiores aliados internacionais neste domingo (8).
Rebeldes sírios anunciaram, em uma declaração televisionada no início deste domingo, que derrubaram o regime de 24 anos de Assad.
Um comunicado da Casa Branca afirmou que “presidente Joe Biden e sua equipe estão acompanhando de perto os eventos extraordinários na Síria e mantendo contato constante com parceiros regionais”.
Já o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, também se manifestou. “Assad se foi. Ele fugiu do seu país. Seu protetor, a Rússia, Rússia, Rússia, liderada por Vladimir Putin, não estava mais interessada em protegê-lo”, afirmou em uma postagem na rede social Truth Social.
“A Rússia e o Irã estão em um estado enfraquecido agora, primeiro por causa da Ucrânia e da economia ruim, depois por causa de Israel e seu sucesso militar.”
Aliado regional dos EUA, o premiê israelense Binyamin Netanyahu descreveu a derrubada de Assad como um “dia histórico” que seguiu a investida de Israel contra os apoiadores de Assad, o Irã e o grupo islâmico Hezbollah, no Líbano.
Em visita à região próxima à fronteira com a Síria, Netanyahu afirmou ter ordenado que as forças israelenses tomassem áreas na zona-tampão para garantir a segurança de Israel. “Não permitiremos que nenhuma força hostil se estabeleça em nossa fronteira.”
O Irã, por sua vez, disse em comunicado do Ministério das Relações Exteriores que respeita a unidade e a soberania nacional da Síria e pediu “o fim rápido dos conflitos militares, a prevenção de ações terroristas e o início do diálogo nacional” com todos os setores da sociedade síria.
Teerã acrescentou que as relações de longa data e amigáveis entre as nações iraniana e síria devem continuar.
Na Europa, o presidente francês Emmanuel Macron também deu declarações por meio de postagem na rede social X, afirmando que o país “permanecerá comprometido com a segurança de todos no Oriente Médio.”
“O estado bárbaro caiu. Finalmente. Presto homenagem ao povo sírio, à sua coragem, à sua paciência. Neste momento de incerteza, desejo paz, liberdade e unidade”, diz a publicação.
Olaf Scholz, premiê alemão, expressou preocupação com a restauração da lei e ordem na Síria, lembrando que todas as minorias e comunidades religiosas deveriam ser protegidas.
“Assad oprimiu brutalmente seu próprio povo, tem inúmeras vidas [encerradas] em sua consciência e fez com que inúmeras pessoas fugissem da Síria, muitas que também vieram para a Alemanha. O povo sírio experimentou um sofrimento terrível. O fim do governo de Assad sobre a Síria é, portanto, uma boa notícia.”
O Ministério das Relações Exteriores da Rússia afirmou em uma declaração que o presidente sírio Bashar al-Assad deixou o cargo e o país após dar ordens para que houvesse uma transição pacífica do poder.
O órgão não mencionou o paradeiro de Assad e afirmou que a Rússia não participou das negociações sobre sua saída. Também disse que as bases militares russas na Síria foram colocadas em estado de alerta máximo, mas que não havia nenhuma ameaça grave no momento. Moscou diz estar em contato com diferentes grupos de rebeldes sírios.
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