O Parlamento da Venezuela declarou nesta terça-feira (7) nove ex-presidentes latino-americanos “personae non gratae” e pediu que eles sejam tratados como uma “força estrangeira que tenta invadir” o país, caso pretendam acompanhar o líder opositor Edmundo González Urrutia em sua intenção de tomar posse como presidente do país na sexta-feira (10).
A medida se refere aos ex-presidentes Andrés Pastrana (Colômbia), Mario Abdo Benítez (Paraguai), Vicente Fox e Felipe Calderón (México), Mireya Moscoso e Ernesto Pérez Balladares (Panamá), Jorge Quiroga (Bolívia), Jamil Mahuad (Equador) e Laura Chinchilla (Costa Rica).
Os parlamentares classificaram manifestações contra a reeleição de Maduro como “declarações nefastas e interferentes de um grupo de fascistas, da ultradireita internacional, que expressou sua vontade de estar presente no território venezuelano em 10 de janeiro de 2025 para impedir a posse e o devido juramento do presidente [ditador] constitucional Nicolás Maduro”.
O deputado Rodbexa Poleo, que apresentou o projeto para declará-los “personae non gratae”, argumentou que a legislatura é movida pela “defesa da pátria e o revigoramento da história”.
O presidente do Parlamento, Jorge Rodríguez, depois de lançar acusações contra os ex-governantes, pediu que o texto do acordo fosse reconsiderado, por considerá-lo “um pouco tímido”.
Nesse sentido, ele propôs que se estabelecesse “claramente que se (os ex-presidentes) se atreverem a cavar, mesmo com uma sola de seu pé imundo, o solo da República Bolivariana da Venezuela, eles devem ser tratados como invasores”, “devem ser processados, devem ser capturados e todo o peso da lei deve recair sobre eles”.
“Se eles não tiverem a devida permissão e entrarem” sem a autorização das autoridades de defesa e segurança, ‘essa aeronave, esses tripulantes, a tripulação e os passageiros devem ser tratados como uma força estrangeira que está tentando invadir (…) o território aéreo, marítimo ou terrestre da República Bolivariana da Venezuela e devem ser tratados como tal’, disse.
O Parlamento venezuelano adotou a medida depois que Andrés Pastrana anunciou que os nove ex-líderes latino-americanos pretendem acompanhar o líder opositor venezuelano Edmundo González Urrutia em seu país, com o objetivo de que ele assuma a presidência.
O opositor, como seus apoiadores e parte da comunidade internacional, afirma que foi o verdadeiro vencedor das eleições presidenciais de 28 de julho do ano passado. O órgão eleitoral venezuelano, CNE, declarou a reeleição de Nicolás Maduro como presidente, em meio a acusações de fraude no processo eleitoral.
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