Quase não acreditei quando vi que tinha vinho para vender no bar do estádio durante o show do Gil! Como não bebo cerveja, estou acostumada a encarar esse tipo de evento na base da água. Para minha surpresa, no entanto, havia vinho em lata (como sempre digo que deveria ter nesse tipo de ocasião), sendo vendido ao lado de uns drinques que pareciam de boa qualidade (vi uma garrafa de gim Bombay Sapphire). Tinha um branco e um tinto da marca Somm, um dos melhores em lata do mercado na minha opinião.
Sábado (26), fui ao Allianz Parque assistir Tempo Rei, o show da turnê de despedida de Gilberto Gil. O melhor dele que já vi (fui a uns tantos), o mais animado e o mais emocionante. Foi o primeiro deles que assisti com um copo de vinho na mão. Isso ajuda, claro, mas nem de longe tira o mérito do artista de 82 anos que, por duas horas e meia, soltou a voz (bastante recuperada em relação ao último show que assisti) e saracoteou pelo palco.
O bar ao qual estou me referindo não é um daqueles bares chiques que tem no alto do Allianz Park, mas, sim, os bares que ficam nos acessos à pista, às cadeiras e à arquibancada, além do bar que foi montado dentro da pista premium, onde eu estava, todos administrado pela GSH (Gourmet Sport Hospitality), como vim a descobrir depois. Para mim, foi surpresa porque não vou a shows quase nunca, pois, pelo que apurei depois, há serviços de vinhos em todos os shows no Allianz Parque. Isso desde 2018. Hoje há vinho à venda até com os ambulantes.
Segundo a GSH, a demanda por vinhos nos grandes vem crescendo. “Hoje é impensável termos uma operação de show, independente se é nacional ou internacional, rock, sertanejo ou MPB, sem um bom vinho.”, diz Kaio Esteves, Gerente Geral de Operações da GSH. A parceria com a marca Somm aconteceu especialmente para o show do Gil.
Logo que entrei, vi um desses bares. Minha amiga observou que havia vinho e carregamos nosso cartão de consumo com dinheiro suficiente para duas latinhas por pessoa (R$ 35,00 cada), o que é uma quantidade mais do que suficiente visto que cada lata tem 269 ml. Comprei duas de cara porque conheço o Somm e sei da sua qualidade. Se você até hoje não arriscou, pode ir na fé. Há um tempo, fiz uma degustação às cegas de latas de vinho tinto para o caderno Comida e todos os provadores, especialistas e consumidores comuns, gostaram muito desse vinho.
O vinho é produzido pelo grupo Miolo. O branco é um pinot grigio e o tinto, um corte de cabernet franc e syrah. Eu queria o tinto. Segundo o produtor, a temperatura certa de serviço desse vinho é entre 12 e 15 graus centígrados. Vinhos em lata costumam ser leves e, por isso, devem ser bebidos mais frescos. No bar do corredor, só tinha tinto à temperatura ambiente, o que devia ser uns 25 graus (eu estava de blusa sem manga). O atendente, no entanto, foi muito simpático e se propôs a colocar umas latas no gelo para eu pegar depois. Topei.Não foi necessário voltar para buscar, porque no bar da pista tinha tinto gelado. Provavelmente abaixo dos 12 graus, mas esquenta rapidamente.
Na hora de servir, vi que seria obrigada a beber o vinho em um copo de papel, que não poderia beber na lata como estava planejando. Aceitei conformada lembrando que essa regra existe para ninguém atirar uma lata na nossa cabeça só porque não enxerga o artista ou por torcemos para o time errado.
No meio do show, vi uma moça com uma taça de acrílico, o que é melhor que o copo de papel (e mesmo do que a lata). No entanto, certamente ela tinha levado a taça na bolsa e, por um acaso, a revista da entrada não pegou. O copo de papel é cheio até a boca. Então, se você pretende dançar ou se embrenhar na multidão, dê uns goles antes de sair andando para não acabar parecendo com Carrie, a estranha.
No geral, no entanto, o serviço é bom. Bem melhor do que eu esperava encontrar num estádio de futebol. E o show, para mim, chegou muito perto da perfeição.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.
Deixe um comentário