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Zelensky diz que Ucrânia aceita proposta dos EUA para interromper ataques a alvos de energia na guerra contra a Rússia




Em conversa por telefone com Trump, o presidente russo, Vladimir Putin, disse que aceitou cessar-fogo para infraestrutura energética e troca de prisioneiros. Acordo não foi apresentado formalmente, e não tem data para entrar em vigor. Guerra na Ucrânia: expectativas pela paz são cautelosas na Europa
O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse nesta terça (18) que aceitará a proposta de um cessar-fogo parcial na guerra com a Rússia, válido para alvos de infraestrutura energética, caso o acordo seja oferecido a ele.
Os presidentes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Rússia, Vladimir Putin, conversaram por telefone para discutir a Guerra da Ucrânia. A Rússia concordou em interromper os ataques a alvos de energia e infraestrutura da Ucrânia durante 30 dias — mas o Kremlin disse que só aceitará um cessar-fogo total após a interrupção completa da ajuda militar e de inteligência das potências ocidentais a Kiev.
O acordo ainda não foi apresentado formalmente, e não tem data para entrar em vigor.
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“Os dois lados, Ucrânia e Rússia, são capazes de não atacar a infraestrutura energética. Nosso lado apoiará isso”, disse Zelensky a repórteres. Ele acrescentou que a Ucrânia apoiaria quaisquer propostas que levassem a uma “paz estável e justa”.
Zelensky rejeitou, no entanto, a principal exigência de Moscou para um cessar-fogo permanente: a interrupção total da ajuda militar e de inteligência recebida por Kiev das potências ocidentais.
O presidente ucraniano também afirmou que uma paz duradoura só será obtida com um assento garantido a seu país na mesa de negociações.
Mais cedo, Trump comemorou o diálogo com Putin. “Concordamos com um cessar-fogo imediato em toda a energia e infraestrutura, com o entendimento de que trabalharemos rapidamente para ter um cessar-fogo completo e, finalmente, um fim para esta guerra horrível entre a Rússia e a Ucrânia”, disse Trump.
De acordo com o Kremlin, os líderes também concordaram em uma troca de prisioneiros russos e ucranianos. As duas partes vão liberar 175 prisioneiros de guerra cada, e a Rússia afirmou que vai entregar a Kiev 23 combatentes gravemente feridos.
A repórteres, porém, Zelensky disse que a liberação de todos os prisioneiros seria uma forma de Moscou demonstrar sua boa vontade nas negociações.
a conversa com Trump, Putin também colocou outras condições para uma trégua, como “garantir o controle efetivo sobre uma potencial interrupção de hostilidades ao longo de toda a linha de frente, interromper o alistamento militar forçado na Ucrânia e interromper o rearmamento das Forças Armadas Ucranianas”, segundo o governo russo.
Proposta americana
Desde o início do mês, Trump tenta garantir o apoio de Putin para um cessar-fogo de 30 dias, aceito pela Ucrânia. Enquanto isso, ambos os lados continuam os ataques aéreos, e a Rússia se aproxima de expulsar as forças ucranianas de Kursk, na Rússia.
O presidente americano afirmou que os soldados ucranianos estão “em grandes apuros”. Trump sugeriu ainda que a suspensão de ajuda militar à Ucrânia e o bate-boca que ele teve com o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, podem ter influenciado Kiev a aceitar a proposta.
“O que está acontecendo na Ucrânia não é bom, mas vamos ver se conseguimos trabalhar em um acordo de paz, um cessar-fogo e a paz, e acho que seremos capazes de fazer isso”, disse Trump na segunda-feira (17).
Um dia antes, ao ser questionado sobre possíveis concessões nas negociações, Trump mencionou a divisão de terras da Ucrânia e o controle de usinas, sem dar mais detalhes.
“Vamos falar sobre terra. Vamos falar sobre usinas … Já estamos falando sobre isso, dividindo certos ativos”, disse o presidente americano.
A Casa Branca confirmou que no radar das negociações está a usina de Zaporizhzhia, que é a maior usina nuclear da Europa .
Enquanto isso, Zelensky acusa Putin de prolongar a guerra. Segundo ele, a proposta de cessar-fogo já poderia ter sido implementada há uma semana, e “cada dia em tempo de guerra significa vidas humanas”.
A Rússia disse na sexta-feira (14) que Putin enviou uma mensagem a Trump sobre seu plano de cessar-fogo por meio do enviado dos EUA, Steve Witkoff.
No domingo, Witkoff, o secretário de Estado Marco Rubio e o conselheiro de segurança nacional de Trump, Mike Waltz, enfatizaram que ainda existem desafios a serem resolvidos antes que a Rússia aceite um cessar-fogo.
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Garantias à ‘prova de ferro’
Trump e Putin
Reuters
Zelensky acredita que há uma chance de acabar com a guerra, mas reafirma que a soberania e os territórios da Ucrânia são inegociáveis. A Rússia, por sua vez, exige garantias de segurança, incluindo a Ucrânia fora da Otan, além de controle sobre as áreas ocupadas.
A Rússia também quer que as sanções ocidentais sejam amenizadas e que uma eleição presidencial seja realizada na Ucrânia.
“Vamos exigir que garantias de segurança à prova de ferro façam parte deste acordo”, disse o vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushko, à mídia russa.
Putin afirma que suas ações na Ucrânia visam proteger a segurança nacional da Rússia contra o que ele considera um Ocidente agressivo e hostil, em particular a expansão da Otan para o leste.
Já a Ucrânia e seus parceiros ocidentais afirmam que a Rússia está travando uma guerra de agressão não provocada e uma anexação imperialista de terras.
A chefe de política externa da União Europeia, Kaja Kallas, disse na segunda-feira que as condições exigidas pela Rússia para aceitar um cessar-fogo mostram que Moscou realmente não quer a paz.
Enquanto isso, o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, disse que “um número significativo” de nações europeias estava disposto a enviar tropas de paz para a Ucrânia no caso de um acordo de paz. Os chefes de defesa se reunirão esta semana para firmar os planos.
A Rússia descartou a presença de pacificadores até que a guerra termine.
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