O senador republicano pela Carolina do Sul, Lindsey Graham, um dos aliados do presidente Donald Trump no Congresso dos EUA, declarou nesta sexta-feira (28) que o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, “precisa mudar ou renunciar” ao seu cargo. A declaração veio após o encontro tenso entre Trump e Zelensky no Salão Oval da Casa Branca, que deveria tratar de possíveis caminhos para a paz na Ucrânia, mas acabou se transformando em um confronto verbal.
Falando a jornalistas do lado de fora da Casa Branca após a discussão, Graham afirmou que havia aconselhado Zelensky a evitar um embate com Trump, quando o ucraniano esteve mais cedo visitando o Congresso.
“Eu disse a ele esta manhã: não caia na armadilha, não deixe a mídia ou qualquer outra pessoa te colocar em um confronto com o presidente Trump”, disse o senador. “Zelensky vai precisar mudar fundamentalmente ou renunciar”, acrescentou.
A reunião entre Trump e Zelensky era esperada como uma tentativa de aproximar posições sobre o conflito no leste europeu, que poderia ocorrer com a assinatura do acordo de minerais entre os dois países.
“Nunca estive mais orgulhoso do presidente Trump por mostrar ao povo americano – e ao mundo – que não se brinca com ele”, escreveu Graham logo depois em sua conta oficial no X.
A reação de Graham gerou divisões dentro do Partido Republicano. Enquanto aliados de Trump apoiaram suas críticas a Zelensky, outros republicanos que defendem o apoio contínuo à Ucrânia lamentaram o ocorrido. O deputado Don Bacon, de Nebraska, classificou o episódio como “um dia ruim para a política externa dos EUA”.
“A Ucrânia quer independência, livre mercado e Estado de direito. Ela quer ser parte do Ocidente. A Rússia nos odeia e odeia nossos valores ocidentais. Precisamos deixar claro que estamos do lado da liberdade”, afirmou Bacon.
Zelensky deixou a Casa Branca pouco depois da reunião sem fazer declarações à imprensa e sem assinar o acordo de minerais. Sob Trump, o líder ucraniano tem enfrentado dificuldades para manter o apoio militar e financeiro dos EUA, especialmente com a ala republicana mais próxima do presidente demonstrando resistência em continuar com o envio dos pacotes de ajuda ao país. Por sua vez, o governo Trump tem mantido conversas diretas com o ditador da Rússia, Vladimir Putin, para encerrar o conflito.
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