Alguns anos atrás, em uma conversa descontraída com amigos, ouvi uma frase que me marcou: “O problema não é o vento, mas o barco sem remo.” Essa metáfora me parece perfeita para descrever dois perfis clássicos de investidores: o zigue-zague e o planejador. Enquanto um navega à deriva, reagindo a cada mudança de vento, o outro traça sua rota com clareza e propósito.
O investidor zigue-zague é aquele que nunca tem um plano claro. Ele vive em um estado constante de reação. Quando surge algo que parece uma oportunidade — seja trocar de carro, aproveitar uma promoção ou investir em uma ideia que “não pode dar errado” —, ele desvia seus recursos sem pensar no impacto de longo prazo. O nome zigue-zague vem da forma como seu portfólio evolui: sobe e desce, sem nunca alcançar uma direção consistente.
Esse comportamento cria um ciclo vicioso. Como sua carteira nunca parece crescer de fato, ele se frustra com investimentos e começa a desacreditar no poder do planejamento financeiro. “Isso não funciona para mim” é uma frase que costuma aparecer nesse momento. Para piorar, ele frequentemente recorre a financiamentos, pagando caro por escolhas mal planejadas. Suas dívidas acumulam juros, e ele perde a oportunidade de ganhar com os rendimentos que poderia ter obtido ao investir.
Por outro lado, o investidor planejador vive em um ciclo virtuoso. Ele constrói um plano financeiro que abrange toda a sua vida. Ele sabe quanto precisa poupar, quando pode gastar e, mais importante, por que está poupando. Seu fluxo de caixa é desenhado para atender tanto às despesas imediatas quanto aos sonhos futuros, como a aposentadoria ou a compra de um imóvel.
Esse planejamento dá a ele a clareza para evitar dívidas desnecessárias e aproveitar os juros a seu favor, em vez de contra ele. À medida que vê seu portfólio crescer, o investidor planejador se sente motivado a poupar mais, criando um círculo de prosperidade. Diferente do zigue-zague, ele não vive de oportunidades passageiras, mas de decisões estratégicas que geram frutos duradouros.
A grande diferença entre os dois perfis é o controle. O investidor zigue-zague está à mercê dos ventos financeiros, movendo-se de um lado para o outro sem nunca sair do lugar. Já o planejador é o capitão do próprio barco, guiando-o mesmo em mares turbulentos.
Agora, a reflexão fica com você. Seu futuro financeiro será determinado pelas escolhas que faz hoje. Você está construindo um círculo virtuoso ou vicioso? Sua carteira de investimentos está crescendo ou apenas retornando ao ponto de partida?
Seja o capitão do seu barco. Planeje suas finanças como quem traça uma rota para chegar a um destino claro e significativo. Afinal, sem um plano, o vento nunca estará a seu favor.
Michael Viriato é assessor de investimentos e sócio fundador da Casa do Investidor.
Fale comigo no Direct do Instagram.
Siga e curta o De Grão em Grão nas redes sociais. Acompanhe as lições de investimentos no Instagram.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.
Deixe um comentário